Recanto nem tão secreto de uma Ariana

Aceita um copo? Então sente-se, acomode-se e divirta-se.

08 junho, 2006

Ainda Acampada...

Esse povo anda muito lerdo. Já tem seis dias e eles ainda não terminaram a reconstrução do Recanto... Já levantaram as paredes e viraram a lage do primeiro andar. Já estão virando a lage do segundo andar para fechar as paredes e fazer o terraço. Depois ainda tem que embossar tudo, pintar, passar a instalação elétrica e hidráulica, colocar o piso, pintar, comprar o móveis, os eletromésticos, as louças, os cds, os livros... Ufa... muito serviço ainda pela frente... Enquanto isso, ficou eu nessa barraca cretina, desalojada, sem o conforto que eu mereço.
- Calma AA, podia ser pior.
- Como poderia ser pior, Shaka?
- Você poderia, por exemplo, está tendo que pagar toda obra...
- Zeus me livre de um prejuízo desses...
- Viu querida... nem tudo está perdido... Além do mais o Recanto vai ficar lindo.
- Se eles fizerem conforme o arquiteto e o engenheiro determinaram...
- Você não acha que aquele chicote na mão deles é um bom argumento para eles trabalharem direito?
- Você tem razão Camyu, estou me procupando a toa. É só ter um pouquinho de paciência que tudo sairá perfeito.
- Exatamente.
- Então porque não aproveitamos esse tempo de ócio para contar histórias, lendas e coisas assim... Cada um podia contar uma história ou lenda de sua terra natal, o que acham?
- Ótima idéia. - Aprovação de todos.
- Eu poderia começar...
- Vá em frente Camus.
- A história que vou contar não é bem uma lenda, mas é a história de alguém muito especial para minha amada França...
"Em 1412, numa esquecida aldeia francesa chamada Domremy nasceu uma menina. Parecia ser mais uma menina qualquer, pobre, de um lugar pobre, esquecido pelo mundo, esquecido pelos deuses. Fiava lã, guardava ovelhas, teve três irmãos e uma irmã, nunca aprendeu a ler ou escrever. Não conhecia os horrores da guerra que assolava toda França, que naquele momento estava sob domínio inglês. Um dia, as tropas se aproximaram de sua pequena aldeia e esta menina e toda sua família precisou fugir. Neste momento esta menina conheceu os horrores da guerra e começou a receber o chamado para lutar. Tinha visões com anjos e santos cristãos que a chamavam para defender sua amada Pátria, expulsar os ingleses e levar o Delfin ao trono. Ela precisava libertar a França. Ela fora escolhida para isso. Durante quatro anos ela ignorou os chamados, até que um dia, levantou-se da cama, juntou uma pequena trouxa de roupas e partiu um direção a seu destino. Nunca mais em sua vida veria sua família ou sua pequena aldeia nos arredores da Lorena. Muitos acreditavam que ela era uma bruxa, uma enviada do demônio ou até mesmo uma enviada do inimigo para desmoralizar o Rei. Como entregar o destino do país nas mãos de uma adolescente pobre do interior? Porém ela foi ao campo de batalha e lutou bravamente, como uma verdadeira amazona enviada por Deus. Um dia, ela foi capturada por seus inimigos ingleses. Durante seis meses fora submetida a todo tipo de tortura física e moral e acabou sendo julgada bruxa, possuída pelo demônio e executada em Praça pública, na fogueira destinada as bruxas. Mas ela tinha certeza que a voz que ouvira era a voz de Deus. A França acabou se tornando livre do julgo inglês e ela foi considerada uma santa, sendo venerada e honrada por muitos seguidores. Seu nome: Joana D’Arc.”
- Que linda história Camus. Quer dizer que em seu país já existiu uma amazona a serviço de Deus?
- Sim. Existiu sim e até hoje ela é muito amada e respeitada por todos os franceses. Gosto muito da história dela, de certa maneira lembra um pouco a nossa própria história.
- Só que nós não fazemos sucesso.
- Vocês é que pensam... – filosofa a autora.

Pensamento do Dia
“À exceção de nossos pensamentos não há nada de tão absoluto em nosso poder.“

(René Descartes)