Recanto nem tão secreto de uma Ariana

Aceita um copo? Então sente-se, acomode-se e divirta-se.

28 julho, 2009

Lei de Murphy - Cap. I

Parecia impossível mas todos haviam esquecido dele, seu aniversário passara, os dias passaram e nada... nem uma palavra, nem uma lembrança. O simples grande nada.

"Certo, eu realmente nunca fui dos mais populares ou extrovertidos, mas até mesmo Ele! Mas eu o entendo, ele me conhece, sabe que eu não gosto de exageros, não ligo para festas e comemorações... Quer saber de uma coisa, chega de me enganar, estou mesmo é muito puto com todo mundo e principalmente com ELE, como simplesmente ignoraram o aniversário do Cavaleiro mais próximo de Deus? Estão todos perdidos comigo."

Shaka deu asas a sua revolta, juntou algumas peças de roupa e simplesmente sumiu do Santuário. Não se deu ao trabalho nem mesmo de avisar Athena. Sabia que estava quebrando algumas dezenas de regras do Santuário, mas realmente não se importava com isso. Estava magoado com o descaso. Não de todos, mas Dele. Estiveram juntos, conversaram e até mesmo fizeram sexo e ele simplesmente esquecera. Se era tão pouco importante assim, então não iria perceber a sua ausência, quem sabe até mesmo definitiva.

Duas lágrimas furtivas caíram e foram secas com o dorso das mãos. Olhou novamente para o aposento, verificou se tudo estava em seu devido lugar, colocou a bolsa nos ombros, fechou a porta e saiu. Utilizou-se da passagem secreta, não queria ser visto por ninguém. Em pouco tempo estava no porto a espera de um navio para sua terra natal. Não queria pensar em nada, não queria se lembrar de nada. Precisava encontrar novamente a perdida paz espiritual. Desde que se apaixonara, desde que se entregara a esse sentimento afastara-se cada vez mais de seu passado, de sua iluminação. Não que isso fosse ruim, o amor era bom, não, o amor era maravilhoso, mas o sofrimento e as decepções que vinham junto eram terríveis. Virou as costas para o continente e fixou seus olhos no mar, adiante, à frente, o futuro estaria em outro lugar, longe dali, longe dele.

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Mu caminhava pelas florestas asiáticas preocupado, não esquecera o aniversário de Shaka, mas queria um momento especial com ele, uma comemoração digna dele. Preparava tudo quando fora chamado por Athena – às vezes parecia que ela não tinha um pingo de senso de ridículo – e enviado as escondidas para algumas investigações, a seu ver, tolas. Não sabia como Shaka reagiria, mas na volta teria tempo de contar todo o ocorrido. Tentava trabalhar o mais rápido possível, mas parecia que tudo conspirava contra. Estava tão absorto em seus pensamentos que nem se deu conta das cosmo-energias hostis que estavam a sua volta. Sem que percebesse foi atingido por um forte golpe pelas costas e caiu desacordado. Ao recobrar a consciência Mu se viu em um estranho lugar. Tentou levantar-se, ver onde estava. Sentiu uma enorme vertigem e se deixou cair, alguma coisa parecia muito errada.

- Nobre Cavaleiro de Áries, estás em um lugar onde sua força o abandona. Sua cosmo energia foi devidamente enfraquecida. Nós sabemos de sua força e sabemos que se pudesse utilizar seus poderes não conseguiríamos mantê-lo aqui por nem mesmo 10 segundos.

- Quem são vocês afinal, o que eu estou fazendo aqui? – Mu estava irado. Não gostava de estar fraco, não gostava de não ter respostas, não gostava de estar longe de seu amor e definitivamente não gostava daquele lugar.

- Se eu fosse você ficaria calmo, tentaria encontrar a tão comentada serenidade do Cavaleiro Mu de Jamiel. A fúria ariana não te fará bem agora. Creio já ter falado demais. Você está sob o domínio de entidades místicas que habitam as florestas orientais. Os deuses Ocidentais não deveriam se meter nos nossos assuntos, principalmente a enxerida da Athena e seus malas, digo e seus cavaleiros. E por isso irão pagar. Você será o primeiro, mas não agora. Se eu fosse você guardaria forças para seu futuro próximo, irá precisar delas.

Mu sentiu um arrepio na espinha, estava sozinho, sem sua armadura, trabalhava à paisana por exigência de Athena, sua cosmo energia reduzida praticamente a zero, não sabia como fazer. Tentou se concentrar, se pudesse falar telepaticamente com Shaka, talvez ele pudesse ajudar. Usou a pouca energia que tinha, mas o amado não respondia, o que poderia estar bloqueando até mesmo sua telepatia? Esgotou-se nesta última tentativa e desmaiou mais uma vez.

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Shaka estava dentro do navio quando sentiu algo estranho, uma tontura, como se alguém estivesse em perigo tentando se comunicar, mas era uma sensação tão distante e tão confusa, deveria estar sendo causada pela sua cabeça fora de foco. Sacudiu os longos cabelos espantando a sensação esquisita e selecionou um livro para se distrair durante a longa viagem. Desde seu aniversário se passaram três dias e Mu simplesmente sumira. Perguntara a Aldebaram por ele e este disse que a casa de Áries estava vazia e que não sabia nada acerca do vizinho. Seu orgulho não permitiu pesquisas mais aprofundadas, achando apenas que era descaso do amado, resolvendo então partir. Quando chegou a Índia, Shaka partiu para uma pequena vila, hospedou-se em um mosteiro e entrou em meditação profunda. Seu cosmo reduziu-se propositalmente para que não fosse achado e para que pudesse concentrar-se em busca do equilíbrio perdido.

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No Santuário, o primeiro a perceber a falta dos Cavaleiros de Áries e de Virgem foi Aiólia, o cavaleiro de Leão. Não sentia o cheiro característico do incenso de Sândalo usado por Shaka, não via Mu passando sorrateiramente, não ouvia os sons do amor dos dois. O que havia acontecido com eles? Será que foram namorar em Jamiel? Durante uns três dias, o cavaleiro de Leão achou isso, porém a ausência já estava estranha demais. Resolveu conversar com Saori.

- Athena, tenho estranhado a ausência de Mu e Shaka, tem notícias deles, minha senhora?

- Bom, Mu já deveria ter me mandado notícias a respeito da missão a ele confiada, já estava até um pouco preocupada com ele, não sinto sua cosmo energia, mas Shaka, eu nem mesmo sabia que ele estava ausente do Santuário. Precisamos encontrá-los. Reúna por favor os demais cavaleiros para que possamos decidir o que fazer.

- Comunicarei a todos que aqui estão para que nos reunamos após o almoço.

- Perfeito. Aguardarei a todos para dar maiores detalhes acerca da missão de Mu e juntos decidiremos o que fazer.


Comentários da Autora: Eu não mexi na história, nem acrescentei nada ao capítulo que não existisse, apenas fiz algumas correções para que o texto fluisse melhor e ficasse mais coerente.


Frase do dia:


Preparem as suas almas, porque os seus corpos já nos pertencem, (Tropa de Elite)