Lei de Murphy - Cap. III
III – Destino
Shun e Hyoga partiram rapidamente em direção a Índia, preferiram utilizar-se de velocidade da luz, técnica aprendida durante a Guerra Santa, à meios de transporte convencionais. Já haviam alcançado o Sétimo Sentido há algum tempo e conseguiam facilmente se locomover a velocidade dos Cavaleiros de Ouro. Precisavam encontrar Shaka com a maior rapidez possível. Aqueles que restaram no Santuário, menos Pégasus, se colocaram a pesquisar todas as informações a respeito de tais entidades.
Enquanto isso, em algum lugar da Ásia Central...
- Vocês não estão achando estranho? – uma das entidades perguntou. Era uma mulher alta e loira, belíssima. Não costumava circular pelas cidades, sua aparência era muito diferente da população local. Era uma das mais antigas e fortes. Costumava passar séculos em sono profundo para ter contato com as forças da natureza. Quando despertava, era sempre com uma grande fome e pela primeira vez em sua longuíssima existência decidiu que não dormiria novamente. Resolveu manter-se acordada e transformaria os seres humanos em seus escravos, dessa forma teria uma farta e inesgotável fonte de alimentação. Acordou seus irmãos e juntos, os cinco, iriam dominar o mundo. Porém tão logo começou a alimentar-se para se fortalecer soube que Athena estava encarnada. Isso tornaria sua missão um pouco mais trabalhosa, porém mais prazerosa. Já se enfrentaram antes, em outras eras, e aquela garota mimada, filha de Zeus, tinha feito com que adormecesse novamente. Mas isso já era passado e um tanto distante. Estava agora mais forte que nunca e não mais seria vencida por aquela pentelha.
- O que seria estranho, Liu? – perguntou Mão, um dos irmãos despertados por Liu.
- Estamos com o Cavaleiro enviado por Athena como nosso refém e ainda não vieram outros procurá-lo.
- Não seria porque não sabem onde ele está? Lembre-se que “apagamos” o cosmo dele.
- Talvez, mas mesmo assim ainda é estranho...
- E se a gente se alimentasse dele e devolvesse apenas o corpo?
- Esqueceu que ele é Lemuriano e que somos “alérgicos” a essa raça?
- É verdade. Tinha me esquecido desse detalhe.
- Tenho uma idéia. Poderíamos “apagar” suas memórias e devolvê-lo ao Santuário. Assim a moleca teria noção de nosso poder e ainda estaríamos livres do Lemuriano, pois se o matarmos teremos problemas, mas sem memória ele não se lembrará de nós, nem de como utilizar seus poderes ou despertar seu cosmo. Até que ele seja reensinado já teremos dominado o mundo e estaremos fortes o suficiente para o exterminarmos sem sofrer quaisquer tipos de retaliações.
- Grande plano Shio. Tem minha autorização para levá-lo adiante, porém ele só tem um pequeno ponto fraco. Sabe que o amor verdadeiro poderia ser o antídoto para o feitiço de eliminação de memória, fazendo com que o lemuriano voltasse ao normal?
- Sim, eu sei. Mas, Liu, quem mais além de nós poderia ter esse tipo de informação?
- Não sei. De qualquer forma é o melhor plano que nós temos para nos livrarmos desse estorvo. Vamos colocá-lo em prática o mais rapidamente possível.
Mu encontrava-se preso na caverna onde Liu costumava manter-se adormecida. Era o único lugar em toda face da terra onde Liu tinha poderes suficientes para conseguir evitar que um cavaleiro despertasse seu cosmo. Quando entraram na Câmara onde estava preso, Mu ainda encontrava-se desmaiado. Os cinco deram as mãos em torno do corpo desacordado e começaram a entoar um feitiço em uma língua completamente desconhecida, há muito tempo apagada da memória das pessoas. Uma luz forte os envolveu e toda memória de Mu abandonou seu corpo, se tornando uma esfera luminosa que Liu acondicionou em um recipiente de barro.
- Este cavaleiro era muito sábio, foi muito difícil retirar toda a informação contida no cérebro dele. Precisamos nos alimentar.
Fecharam novamente a câmara e saíram em busca do tão necessário alimento – homens.
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E na Índia...
- Shun quantos mosteiros temos que percorrer?
- Bom, existem centenas deles, porém meu mestre é extremamente metódico. Creio ter uma idéia de em qual deles ele deve estar.
- Então vamos primeiro a este, rápido!
Ao chegarem no mosteiro indicado por Shun realmente encontraram Shaka lá instalado já em meditação profunda.
- Sr. Shun não deve incomodar Mestre Shaka. Ele está em contato direto com o Mestre Supremo.
- Compreendo, porém tenho ordens diretas de Athena para levá-lo de volta ao Santuário imediatamente. Precisamos do Mestre Shaka. A humanidade está em risco novamente.
- Então faça o que tem que ser feito.
Shun sentou-se de frente para Shaka em posição de flor de lótus e também entrou em meditação profunda para contactar seu mestre telepaticamente.
- Mestre, me perdoe por incomodá-lo, mas a necessidade se fez premente, precisamos do senhor no Santuário.
- Eu não irei voltar, Shun.
- Athena ordenou que eu viesse buscá-lo.
- Ela tem mais doze fortes cavaleiros dourados, além de vocês cavaleiros de bronze e Shion. Ela não precisa de mim. Leve consigo minha armadura. Você está pronto para vestir a sagrada armadura de ouro e ser o cavaleiro guardião da casa de virgem.
- Não mestre Shaka, eu não estou pronto, além do mais Athena pode não precisar do senhor, mas Mestre Mu talvez precise...
- Mu... Não diga tolices Shun, ele não precisa de mim. Nunca precisou, foi tudo um engano.
Shaka saiu de sua meditação e sentiu seus olhos arderem com as lágrimas não derramadas. Shun também retornou, mas continuou sentado em frente ao mestre.
- Mestre, irei descumprir uma ordem de Athena, mas vejo que isso se torna necessário. O orgulho e a soberba de Saori já criaram problemas demais. Se, depois que eu contar tudo que sei, você decidir não me acompanhar, irei embora com a armadura de virgem e prometo nunca mais incomodá-lo.
Shun passou a próxima hora descrevendo minuciosamente tudo que ocorreu na reunião dourada. Shaka sentiu a ira dominar seu coração. Se pudesse esganaria com as próprias mãos aquela garota que carregava a divindade que jurara defender com sua própria vida. Mas tinha assuntos mais urgentes, depois se entenderia com Saori. Ela precisava ser mais sábia. Voltaria com Shun para o Santuário. O mais rápido possível.
- Vamos Shun. Creio que realmente Mu deve estar em perigo. Quando vinha para a Índia alguém tentou me pedir socorro, mas foi tudo tão confuso que ignorei. Deve ter sido Mu, agora eu entendo.
Os três cavaleiros sairam do Mosteiro em direção ao Santuário. O coração de Shaka sangrava. Se alguma coisa acontecesse a Mu, a culpa seria sua.
Depois de se alimentarem, ou se banquetearem seria mais correto dizer, as cinco entidades malignas retornaram à caverna. Mu já havia despertado, porém não sabia onde estava, quem era, nada. Sua capacidade intelectual encontrava-se reduzida a de uma criança de três anos de idade. Quando foi encontrado na Câmara, Mu estava encolhido em um canto, em posição fetal, chorando com medo.
- Tia, está escuro, estou com medo.
Liu teve que controlar a enorme vontade de rir. Um poderoso cavaleiro como aquele reduzido a um bebê chorão e medroso, era realmente hilariante. Acariciou a cabeça do cavaleiro e falou com voz suave.
- Pequeno Mu, não precisa ter medo, deite-se em meu colo e descanse.
Liu começou a cantarolar um mantra suave que nada mais era que um outro feitiço para que Mu adormecesse. Não podia correr o risco de revelar a localização de seu covil. Mesmo reduzido a uma criança de três anos de idade, não poderia, nem deveria, subestimar aquele lemuriano. Quando ele estava completamente inconsciente foi despido e levado para o Santuário sendo abandonado, inconsciente e nu, na porta do mesmo.
Algum tempo depois Shun, Hyoga e Shaka chegaram ao Santuário e encontraram o corpo do cavaleiro de Áries, que ainda se encontrava adormecido. Shaka correu até ele...
- MU!
Pensamento do Dia
"Estamos numa época em que o fim do mundo não assusta tanto quanto o fim do mês."
Autor desconhecido
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