Mais histórias...
-Páraaaa!!!!
- Cruzes Mú, que escândalo é esse?
- Você está ficando acomodada aqui. A acomadação não é a solução....
- E o que você sugere? Tortura?
- Não é uma má idéia, sabia?
- Mu, você não era assim...
- Mas já estou com dor nas costas de ficar nestas cadeiras descofortáveis por conta daqueles lunáticos preguiçosos.
- Eu também meu amigo, eu também...
- Mas não vim aqui pra reclamar não. Eu também queria contar uma história...
- Sou toda ouvidos.
- Eu também.
- Shaka, já terminou de meditar?
- E quem consegue se concentrar com aqueles malucos cantando "Libera o Tonho que eu te dou dez conto..."? - Shaka imitando a cantoria vinda do canteiro de obras...
- Meus Deuses... realmente, é impossível se concentrar. Então junte-se a nós...
- Lá vou eu, então. É um conto zen-budista, curtinho, mas eu gosto muito.
"Alguns dizem que é preciso esvaziar a mente.
Eu pergunto: como esvaziar o que já está vazio?
Há uma história Zen muito interessante. Certo dia um jovem aspirante pediu ao Mestre Zen que aquietasse sua mente. O Mestre disse:
—“Traga sua mente aqui, entregue-a a mim e eu a aquietarei.”
O jovem saiu procurando pela mente. Onde estaria? Seria pensamentos, memórias? Seria silëncios e quietude? Seria sonhos e pesadelos? Seria feita de palavras, conceitos? Seria apenas a massa encefálica, a matéria? O jovem pensava e não pensava. Cada vez que acreditava ter apanhado a mente, percebia que ela fugia, que já estava em outro pensamento, em outra idéia. Que o próprio conceito se desfazia. Cansado, voltou a procurar o Mestre e disse:
—“Senhor, é impossível apanhar a mente.”
O Mestre disse com alegria:
—“Pois então, já está aquietada.”
O jovem se reverenciou em profunda gratidão, pois pela primeira vez compreendia, que a mente não é algo fixo e constante, mas flui com o fluir da vida, sem que possa jamais se fixar quer em inquietude ou em silêncio, quer em alegria ou tisteza, quer em iluminação ou delusão. "
(fonte: http://www.monjacoen.com.br/mente_vazia_mente_tranquila.htm)
Ficamos em silêncio, após Mu acabar de contar a sua história, apenas aproveitando a companhia um dos outros e ouvindo de longe a cantoria difusa e alegre que vinha do canteiro de obras.
Apesar da confusão, do improviso, a cada dia mais eu gosto do meu recanto.
Quero aproveitar o ensejo e agradecer a todos que lêem, e principalmente aos que comentaram. Posso parecer mal-educada, e não responder aos comentários, mas leio todos, tenho muito carinho por eles. Kamui, entende agora porque eu sou enlouquecida? Como não ser com esses meninos a minha volta?
- Pôxa, nós aqui nos esforçando para sermos simpáticos, contarmos belas histórias e é assim que você nos retribui?
- Não é exatamente de vocês que estou falando... - AA aponta com a cabeça para o Canteiro de Obras.
- Agora sim...
Mal Shaka acaba de falar, Saga entra correndo, esbaforido e p^$%&$ na barraca de AA.
- AA, você precisa fazer alguma coisa. Desde que você colocou Camus para trabalhar, as coisas ficaram consideravelmente mais lentas...
- Como assim.
- Agora os dois, além de não trabalharem, ficam se agarrando no meio da obra, Aiólia acabou de tropeçar neles e derrubar um balde de cimento em cima do piso recém-colocado do banheiro das meninas do salão maior. Vamos ter que arrancar e colocar tudo de novo... Assim não dá!!!!
AA nada fala, passa a mão no chicotinho de três pontas e sai bufando em direção ao Canteiro de Obras...
Pensamento do Dia
"O Brasil é um país geométrico... tem problemas angulares,discutidos em mesas
redondas, por bestas quadradas."